A Light convocou seus acionistas para deliberarem sobre o pedido de recuperação judicial já concedido pela Justiça do Rio de Janeiro. A reunião está agendada para acontecer no dia 7 de junho, apenas por meio digital. Na pauta da AGE está a ratificação do pedido de RJ e dos atos praticados até o momento quanto a este tema que foi deliberado na semana passada, de forma urgente e sem consulta prévia aos acionistas.

Na proposta divulgada na noite de ontem a elétrica reforça os argumentos apresentados na petição da RJ. Entre eles, a de que o pedido suspende a exigibilidade de obrigações financeiras junto a credores que somariam R$ 11 bilhões em dívidas e a suspensão da eficácia das cláusulas contratuais que disponham sobre o vencimento antecipado ou a amortização acelerada de tais obrigações, e dos efeitos das eventuais declarações de vencimento antecipado ou de amortização acelerada que já tivessem ocorrido à época, bem como a instauração de procedimento de mediação coletiva com os respectivos credores.

Reforçou que vem buscando e avaliando alternativas para o equacionamento dessas obrigações junto com os assessores financeiros e legais mediante tratativas com um grupo de credores em uma mediação coletiva.

Lembra ainda que mesmo diante dos seus esforços e medidas a situação econômico-financeira do grupo se deteriorou e a medida de caráter urgente tem como objetivo proteger a empresa até que seja possível implementar o equacionamento almejado pela organização. E ainda, a “readequação da sua estrutura de capital, com a proteção e manutenção dos serviços prestados no âmbito das concessões de titularidade do Grupo Light, a continuidade no estrito cumprimento das obrigações intrassetoriais, a preservação de valor e a promoção de sua função social (…)”.

Ao mesmo tempo em que a crise se aprofunda na Light, a WNT Gestora de Recursos aumenta sua participação acionária na companhia. A empresa informou ao mercado que a gestora voltou a aumentar sua parcela acionária. Agora detém 81.205.300 ações ordinárias, equivalente a participação de 21,8% do capital social da elétrica. A WNT é administrada por um empresário já conhecido por companhias em dificuldades financeiras, Nelson Tanure.

E ainda ontem a empresa informou por meio de Fato Relevante que a agência de classificação de risco Moody’s retirou suas classificações de risco de crédito, agora em escala global. Essa medida já havia sido retirada em escala Nacional pela mesma agência de classificação de risco.